Clima
Solo
Os solos arenosos/argiloso são ideais, profundos, rico em matéria
orgânica, com acidez média a fraca.
Preparo do Solo
Escolhido o terreno, passa-se
a cuidar do seu preparo para receber a cultura.
Logo
que seja possível, após as chuvas de verão, já se começa a trabalhar o terreno.
Tal preparo consiste em arar e gradear a terra. Trinta dias depois, nova aração
e gradeação, convindo, dessa ver, aprofundar um pouco mais a lavra, pois, ao
contrário do que se pensa, a cebola explora o terreno não só superficialmente,
como, também, em profundidade. A maioria das raízes se localiza de 40 a 50 cm de
profundidade, regular porção delas de 70 a 80 cm e, algumas, de 90 a 100 cm.
Convém notar que as raízes não descem, de inicio, perpendicularmente, mas
caminham cerca de 10 cm, paralelamente à superfície, e a 5cm de profundidade,
para depois baixarem às camadas mais profundas. Por essa razão é que as capinas
devem ser superficiais e cuidadosas, a fim de evitar que as raízes sejam
cortadas.
Como as raízes de cebola exploram o terreno em sua
profundidade, seria de esperar que, quanto mais profundas fossem as lavras e as
adubações, maior seria a produção. A experimentação, todavia, provou não ser
verdadeiro tal raciocínio. Experiências levadas a efeito no IAC-SP, mostraram
que, em terras profundas, não há vantagem em aprofundar as lavras, porquanto a
produção não se altera. Em terras rasas, as lavras, além de certo limite,
tornam-se prejudiciais, por misturar o solo com o subsolo. Assim, não são
aconselháveis arações profundas, bastando uma lavra de 15 cm, mais ou
menos.
A época de preparo do terreno tem grande influência, sobre a cultura. Não é
demais insistir em recomendar que a primeira aração seja feita no término da
estação das águas, isto é, em fins de fevereiro. Dessa forma, a retenção das
águas já contidas no solo será maior, devido ao revolvimento da parte superior;
haverá, ainda, pelo fato de a terra estar bem solta, um maior aproveitamento por
infiltração, das chuvas que caírem daí em diante. Ademais, como a primeira
aração é a mais penosa, nessa ocasião, devido à umidade do solo, o trabalho será
facilitado.
Entre a última aração e o transplante das mudas, deve haver, no mínimo, um
intervalo de 15 dias.
Se a transplantação se der logo depois de uma lavra
mais ou menos profunda, pode-se esperar grande número de falhas, pelo fato de as
mudas caírem em camada de terra com baixo teor de umidade, devido à evaporação
provocada com o revolvimento da terra. Mesmo depois de vingarem, as mudas não
poderão dar bons bulbos, por causa do meio impróprio que lhes foi proporcionado
nos primeiros dias de vida no campo, e tornam-se raquíticas.
Se a cultura não vai ser irrigada, é o bastante esse preparo. Quando muito,
pode-se utilizar um pranchão para aplainar mais ou menos o terreno. Se vai ser
irrigada por infiltração, e as linhas de plantação forem longas, o trabalho de
aplainamento deve ser perfeito, para evitar o empoçamento de água.
Adubação
A adubação pode ser levada a efeito por dois
diferentes métodos:
- nos sulcos de plantação;
- em sulcos laterais
distanciados de 15 cm dos sulcos de plantação.
No primeiro, os adubos são
aplicados nos próprios sulcos, por ocasião do transplante das mudas, e, a
seguir, bem misturados com a terra.
No segundo, só praticável quando a
plantação é inteiramente feita a arado, colocam-se os adubos nos sulcos que não
levam mudas. Dos dois, o mais recomendável é aquele em que os adubos são
aplicados, nos sulcos de plantação, uma vez que sejam bem misturados com a
terra.
Calculo da adubação e calagem para a cultura da cebola
A adubação e
calagem da cebola, assim como de todas as culturas, deve ser feita com base na
análise do solo.
- Calagem: Aplicar calcário, de preferência dolomítico, até alcançar valor de
V=70 %. A quantidade de calcário a aplicar é dada pela fórmula:
N.C. = | T(V2 - V1) | x f |
100 |
O V2 para cebola é de 70%
Adubação mineral
No plantio:
P resina mg/cm3 |
K trocável meq/100cm3 | ||
0 - 0,15 | 0,15 - 0,60 | > 60 | |
N - P2O5 - K2O - kg/ha | |||
00 - 15 | 10 - 250 - 120 | 10 - 250 - 100 | 10 - 250 - 80 |
15 - 40 | 10 - 150 - 120 | 10 - 150 - 100 | 10 - 150 - 80 |
> 40 | 10 - 100 - 120 | 10 - 100 - 100 | 10 - 100 - 80 |
Cobertura: Aplicar, em duas
vezes, 30 a 50 kg/ha de nitrogênio aos 30 e 45 dias após o transplante.
Adubação orgânica
Incorporar restos de cultura; aplicar palhas, cascas, estercos, tortas; 20
t/ha de esterco de curral bem curtido ou 5 t/ha de esterco de galinha ou 2 t/ha
de torta de mamona. Os estercos e tortas devem ser aplicados 8 a 10 dias antes
do plantio.
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Época de Plantação
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As semeações de fevereiro (em São Paulo), época chuvosa e muito quente, são perigosas, sendo
comum à perda das sementes, pelo excesso de umidade, ou a inutilização das
plantinhas, logo após o nascimento, pela manifestação de moléstias.
As
plantas originárias da semeação desse mês apresentam hastes muito grossas, que
não tombam com o amadurecimento do bulbo, dificultando, assim, não só a colheita
como, também, a operação de restiamento. Há, ainda, duas outras desvantagens: os
bulbos mostram-se recobertos por películas muito espessas, que lhes dão um mau
aspecto externo, e as plantas ficam com acentuada tendência de emitir pendão
floral, comprometendo o aspecto interno dos bulbos.
A experimentação tem demonstrado que, tanto no Planalto Paulista como em
regiões mais altas, a produção decresce nas semeações de abril, sendo muito
reduzida em maio.
Semeando tarde, a planta se desenvolve pouco,
apresentando bulbos pequenos, além dos chamados charutos - cebolas compridas,
como o alho-porro. Quanto mais tarde a cebola for semeada, mais curto será o
ciclo. Com a semeação em princípios de março, a planta terá desenvolvimento
normal, evitando-se o perigo das chuvas de verão, porque a colheita será nos
dias da primavera.
Se a fase de máximo desenvolvimento dos bulbos coincidir com forte calor e
chuvas demoradas, o prejuízo é certo, pois a planta entrará, desde logo, no
segundo ciclo, emitindo folhas e raízes novas. Dessa forma, as cebolas não
amadurecem porque, para tanto, são indispensáveis a morte das raízes, e o
murchamento da parte aérea.
Se forçarmos a colheita, prejudicaremos a qualidade do produto, pela falta de
uma cura perfeita, com perda das características das cebolas amadurecidas em
condições normais: cor brilhante e aspecto quebradiço das películas exteriores.
Nesse caso, todavia, a fim de evitar danos totais, é aconselhável apressar a
colheita, mesmo com a queda do valor comercial do produto, que deve ser de
consumo imediato.
Como as plantas colhidas assim possuem hastes muito grossas, o trabalho de
restiamento é facilitado com o destalo: corte longitudinal das hastes, com um
canivete, e retirada da parte central. Com um pau roliço, dá-se uma pancada na
haste, colocada sobre um tronco de madeira: as folhas centrais se destacam com
facilidade, dando bons resultados.
São recursos de emergência, empregados
por muitos cultivadores, visando evitar prejuízo maior. Colhem bulbos ainda
verdes, para chegar mais cedo ao mercado, no intuito de alcançar preços mais
altos para o produto.
Canteiro de Semeação
A escolha do local e o preparo
dos canteiros de semeação são essenciais: nesse ponto, qualquer negligência
aparentemente sem importância poderá concorrer para malogro do empreendimento,
logo no início dos trabalhos da cultura. O canteiro de semeação precisa
situar-se o mais próximo possível do local escolhido para a plantação
definitiva, e não distante de fonte de água, para facilitar as irrigações. O
lugar deve ser pouco íngreme, bem batido de sol e longe de árvores frondosas.
Evitar as terras encharcadas, ou mesmo úmidas, para fugir à manifestação da
mela, moléstia comum em canteiros mal cuidados. No seu preparo, toda precaução é
pouca, visto que ele irá receber sementes pequenas e delicadas.
O terreno escolhido será todo revirado a enxadão e destorroado à enxada,
para, em seguida, serem construídos os canteiros, seguindo as linhas de nível do
terreno. Se a área for grande, haverá vantagem no emprego do arado e da
grade.
Quando o terreno apresentar certa declividade, é conveniente a
construção de uma valeta na parte superior da série de canteiros, no intuito de
evitar as enxurradas.
Os canteiros muito largos têm a desvantagem de obrigar o operário a demasiado
esforço para atingir-lhes o centro, sem pisá-los. O ideal é 1,20 m, com a
largura útil de um metro, sobrando 10 cm de cada lado, para os bordos.
Convém
que sejam pouco mais altos do que o terreno, para evitar enxurradas e facilitar
o escoamento do excesso de umidade, não além de 10 cm, porém, nos terrenos
comuns; caso contrário, ficaria sujeitos a ressecamento. Só é recomendável maior
altura, nos terrenos úmidos ou em época chuvosa, quando convém incliná-los,
ligeiramente, para evitar empoçamento de água da chuva.
O comprimento do canteiro pode variar muito; os muito longos, contudo,
dificultam a passagem de uma série para outra. Um bom comprimento é 10m. A
direção deve ser sempre perpendicular ao declive do terreno.
Os canteiros
serão separados por caminhos de 50 cm de largura. A separação de duas séries de
canteiros precisa ter a largura mínima de um metro, para facilitar a passagem de
pessoas e de veículos pequenos.
Preparada a terra, espalham-se, por metro quadrado de canteiro e pela
superfície, 15 quilos de esterco de curral fino e bem curtido, 150 gramas de
superfosfato simples e 30 gramas de cloreto de potássio, incorporando-os à terra
por meio de uma enxada. Com um ancinho, nivela-se perfeitamente a
superfície.
Os canteiros devem ter a superfície horizontal com o objetivo
de impedir o escoamento rápido da água de chuva ou de irrigação do canteiro,
irrigando-o fortemente, a seguir.
Não semear logo depois do preparo do canteiro, a fim de dar tempo a que a
terra se assente e os adubos fiquem bem incorporados a ela. Decorridos oito dias
efetuam-se a semeação, quando se deve tratar as sementes com um
desinfetante.
Um método prático para realizar esse tratamento consiste em
colocar um pouco de desinfetante junto com as sementes em um saco de papel,
agitando fortemente e peneirando sobre um papel: o excesso de desinfetante é
guardado.
Semeação
Semear o mais uniforme possível, em pequenos
sulcos transversais ao comprimento dos canteiros, com 1 a 1,5cm de profundidade
e distanciados de 10 cm. É conveniente misturar um pouco de areia às sementes,
para auxiliar a semeadura. Sendo a areia clara e as sementes pretas, o operário
sabe, com precisão, onde elas caem. Se for bastante prático, pode dispensar a
areia.
Cada metro quadrado de canteiro levará mais de cinco gramas de sementes,
evitando-se, assim, que as mudas nasçam amontoadas e raquíticas.
As vantagens
que a semeação em linha apresenta, sobre o sistema a lanço, também recomendável,
são estas: germinação mais uniforme, insolação mais perfeita e arejamento mais
adequado, possibilitando, ainda, as capinas e escarificações, o que seria quase
impossível no sistema a lanço. Haverá, em conseqüência, produção de mudas mais
fortes, com menor perigo de manifestação de pragas e moléstias.
Um sistema prático para a semeação consiste em colocar, sobre o canteiro de
semeação, um marcador de linhas confeccionado da seguinte maneira: tomam-se três
tábuas de 1,50m de comprimento, unidas por sarrafos do lado de cima, no sentido
transversal ao comprimento delas. Na parte das tábuas que irá assentar sobre os
canteiros, serão colocados, distantes entre si de 10 cm, sarrafinhos de seção
trapezoidal, com estas dimensões: base maior (que será colocada junto às tábuas)
= 2 cm; base menor (que formará o sulco de semeação em profundidade) = 0,5cm, e
altura (que dará a profundidade do sulco) = 1cm. O marcador é colocado na
cabeceira de um dos canteiros e calcado com o peso de um homem. Para
facilitar-lhe o manejo, pode-se colocar, em sua parte superior, duas alças, uma
de cada lado no sentido do comprimento das tábuas.
Ficarão, portanto, demarcadas, quinze linhas para semeação, distantes entre
si de 10 cm. A seguir, o marcador é mudado para frente, e outras linhas ficarão
demarcadas. Assim, a operação de marcação das linhas torna-se simples, perfeita
e rápida.
As sementes são, então, cobertas, com terra do próprio
canteiro, e a superfície deste, com uma leve camada de capim seco sem sementes
ou palha de arroz.
Irrigar, de manhã e à tarde, até alguns dias após a
germinação, e, daí em diante, só à tarde.
Retirar a cobertura, de uma só vez, a qualquer hora, se o dia estiver
nublado, ou à tarde, se houver sol, logo que a germinação tenha início, o que se
dará entre 5 e 7 dias após a semeação.
Não abusar das irrigações nas
vésperas da transplantação, convindo mesmo suspendê-la dias antes, para que as
plantinhas se acostumem à vida que terão no campo. Entretanto, deve-se irrigar
copiosamente, pouco antes do arrancamento das mudas, visando facilitá-lo.
Se, por quaisquer circunstâncias, as mudas não apresentarem um aspecto muito
satisfatório, haverá vantagem no emprego de uma solução nutritiva, que poderá
ser obtida com a dissolução de um grama de Salitre do Chile e um grama de
Superfosfato, por litro de água. Irrigam-se os canteiros com cinco litros por
metro quadrado dessa solução, e, em seguida, com água, a fim de lavar bem as
folhas.
Um grama de sementes de cebola possui cerca de trezentas sementes. Para
plantar um hectare, são necessários 900g de sementes, com 80% de germinação. Não
será demais, no entanto, o emprego de um quilo de sementes por hectare, a fim de
possibilitar boa seleção das mudas, por ocasião do transplante.
Em condições normais, elas estarão prontas para serem transplantadas de 40
até 80 dias depois da semeação. Antes dos 40 dias, terão hastes muito finas, não
suportando a transplantação. Depois dos 80, já um tanto engrossado, em início de
formação de bulbos, sofrerá maior choque com o transplante, o que acarretará
queda de produção por área.
As mudas de 40 dias somente poderão ser empregadas nas pequenas culturas,
onde os cuidados dispensados às plantas podem ser maiores, pois com essa idade,
as hastes são muito finas, não passando em geral, de 3mm, sendo, também,
reduzido o número de raízes, que não vão além de dez.
Dos 50 aos 80 dias, as
mudas poderão ser utilizadas nas culturas extensivas, pelo fato de serem mais
fortes e mais desenvolvidas, facilitando o manuseio.
A idade das mudas, dentro dos limites citados, não tem grande influência na
produção. À medida que vão sendo plantadas com mais idades, as colheitas vão se
tornando mais tardias, o que tem grande importância econômica - as cebolas
enviadas mais cedo ao mercado alcançam sempre preços melhores.
É fácil compreender que nem todas as mudas da mesma idade apresentam hastes
com diâmetro igual. São consideradas mudas de primeira as de hastes com diâmetro
superior a 5mm; de segunda, entre 4 e 5mm; e, de terceira, entre 3 e 4mm. São
tidas como refugo aquelas cujas hastes apresenta menor diâmetro.
Por ocasião do plantio, não se devem cortar as pontas das folhas e nem as
raízes, deixando-as, como é costume, com 3 a 5 cm, apenas.
Tal operação,
além do consumo de mão-de-obra, prejudica a produção.
As mudas arrancadas dos
canteiros não oferecem dificuldades de plantio, mesmo com raízes não
cortadas.
Transplantação
A passagem das mudas de cebola, dos
canteiros de semeação para o lugar definitivo, constitui ponto de suma
importância na sua cultura.
O lavrador não deve ter pressa na transplantação das mudas, porém esperar,
calmamente, uma boa chuva, já que a operação deve ser efetuada com terra úmida,
no intuito de evitar falhas. Como se disse, a experimentação tem demonstrado que
a produção de bulbos mantém-se praticamente a mesma, quando são empregadas mudas
de 50 até 80 dias de idade. De modo geral, entre cinqüenta e sessenta dias, elas
atingem o melhor tamanho para transplante.
Os canteiros de semeadura devem ser copiosamente irrigados por ocasião do
arrancamento das mudas, o que muito facilitará o trabalho.
São três os métodos na transplantação das mudas:
- sulcos abertos e
cobertos à enxada;
- sulcos abertos com sulcador e cobertos à enxada;
-
sulcos abertos e cobertos com sulcador.
Em qualquer dos casos, os sulcos
não devem ter mais de 6 cm de profundidade, para que as mudas não fiquem muito
enterradas.
No primeiro método, um operário vai abrindo o sulco, enquanto outro vai
colocando as mudas, em distância e posição certas, o que se consegue com
algumas horas de prática. Ao mesmo tempo em que um operário abre um sulco, outro
vai atirando terra no sulco aberto ao lado, já com as mudas.
No sistema misto, um operário abre os sulcos com o sulcador, outros
distribuem as mudas nos sulcos abertos, as quais são enterradas por outra turma,
à enxada. Convém, que o sulcador não se distancie muito dos plantadores, para a
terra não secar. É esse o método mais usado entre nós. Em geral, 8 homens
plantam um alqueire de linhas durante o dia, necessitando, cada homem, de dois
distribuidores de mudas.
No último sistema, tanto o trabalho de abertura dos sulcos como o de
cobertura das mudas colocadas no seu interior, são feitos com o emprego de
sulcador. Para tanto, o sulcador abre um sulco onde são dispostas as mudas; na
volta, o sulcador atira terra nos sulcos, já com as mudas. O novo sulco aberto
não é usado. Efetua-se novo sulcamento, cobrindo-se ao mesmo tempo o anterior,
não utilizado; nova distribuição de mudas no último sulco, e assim
sucessivamente.
Como é fácil compreender, as mudas não ficam em posição
vertical, como se verifica ao serem plantadas à mão, e sim inclinadas, porém,
dentro de poucos dias, erguem-se.
Espaçamento
Em geral, é de 40cm a distância das
linhas de plantação, quando as capinas e escarificações são feitas à enxada.
Essa distância é elevada para 50cm quando os tratos culturais são efetuados com
o uso do Planet.
Quanto ao espaçamento dentro da linha, pode variar de 10 a 30 cm.
Experiências têm mostrado que a produção para uma mesma área aumenta com a
diminuição de espaçamento. Por outro lado, o tamanho do bulbo também é atingido,
de forma marcante, pela distância de plantação: menor distância, bulbo
menor.
Além de as plantações demasiadamente apertadas darem origem a bulbos
reduzidos, de baixo valor comercial, ainda apresentam a desvantagem de
dificultar a capina entre as plantas e facilitar a disseminação do fungo
causador da moléstia conhecida por queima das folhas, que se caracteriza pelo
secamento das extremidades das folhas das plantas. Com um espaçamento médio de
15 a 20cm, a produção será satisfatória e, os bulbos, de bom tamanho, alcançam
preço compensador no mercado.
Multiplicação por bulbinhos
Em São Paulo, já é comum
o aparecimento, em maio, junho e julho, de réstias de cebola recém-colhida,
embora a época normal da colheita seja setembro-outubro. São bulbos resultantes
da plantação de bulbinhos colhidos no ano anterior.
O interesse dos lavradores por esse método de plantio de cebola vem aumentado
de ano para ano, concorrendo, conseqüentemente, para diminuir a necessidade de o
mercado paulista importar bulbos, no período de entressafra de outras
regiões.
Dentre as variedades que se prestam para a formação de bulbinhos, destacam-se
Baia Bojuda e Periforme. Entretanto, algumas linhagens dessas variedades
produzem bulbinhos que, na formação dos bulbos, dão grande porcentagem de
charutos, produtos sem valor comercial.
Para conseguir bulbos fora de época, é necessário cuidar primeiramente da
obtenção de bulbinhos.
Tal semeação é realizada em canteiros comuns, de 1,20 m de largura,
convenientemente adubados e em sulcos transversais distanciados de 15 cm.
Dependendo do poder germinativo das sementes, usa-se de 0,3 a 0,6 grama por
metro de sulco. Existem máquinas manuais que, bem reguladas, efetuam o serviço
de semeação com rapidez e segurança. No caso de empregá-las, o sulco de semeação
será no sentido do comprimento do canteiro.
A melhor época de semeação é a que vai de princípios de junho a meados de
julho, com a colheita dos bulbinhos em outubro-novembro, quando as chuvas, menos
freqüentes, permitem sua cura perfeita. Uma vez colhidos e submetidos cura ao
sol, mas protegidos pelas folhas e depois em galpões arejados, armazenam-se em
depósitos bem ventilados até a época do plantio.
Para o armazenamento, colocam-se os bulbinhos em estrados ou tabuleiros, que
são empilhados uns sobre os outros. A camada de bulbinhos em cada tabuleiro não
deve exceder de 6 a 8 cm, para obter maior aeração e evitar o seu
apodrecimento.
Bulbinhos com diâmetro transversal entre 15 e 25mm são os melhores;
entretanto, podem-se empregá-los com menor diâmetro, pois estes apodrecem menos
no período de armazenamento, porém, apresentam mais falhas no campo de plantação
e dão origem a bulbos de tamanho um tanto reduzido. Os de maior diâmetro, ou
seja, acima de 35 mm, são comerciáveis, têm peso mais elevado, pelo que não se
recomenda seu plantio, e apresentam o inconveniente de originar bulbos
perfilhados e defeituosos.
Os bulbinhos que forem apodrecendo durante o armazenamento deverão ser
eliminados. Na véspera da plantação, corta-se a haste rente ao bulbinho.
A distância de plantio é igual à adotada rio sistema de mudas originárias de
sementes: 40x15 cm, e os tratos culturais também são os mesmos, subindo de
importância, porém, nesse caso, as irrigações periódicas.
A melhor época de plantação de bulbinhos coincide com aquela recomendada na
semeação de cebola para cultura normal: fins de fevereiro e meados de março. O
ciclo será muito curto, as plantas terão bom tombamento e o produto obtido, boa
apresentação.
Para ser plantado, não é necessário que o bulbinho esteja com início de
brotação. O plantio de março será colhido em junho, quando o produto alcança
ótimo preço no mercado. Além de produzirem bulbos, os bulbinhos também se
prestam para conserva
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Pragas
e Moléstias
Pragas
As pragas mais importantes são a tripse e a
lagarta-rosca, a primeira é um inseto muito pequeno, de 1 mm de comprimento,
corpo delgado e longo, de cor amarelo-pardo, muito ágil, conhecido pelo tripse -
Thrips tabaci Liderman. Vive nas partes invaginastes da base das folhas e se
alimenta da seiva e dos grãos de clorofila.
As plantas atacadas apresentam, nas folhas, manchas acinzentadas que tomam,
mais tarde, uma tonalidade prateada. Um exame dessas manchas revela a destruição
dos tecidos externos. É comum, também, o aparecimento, na superfície das folhas,
de pontos negros, produzidos pelo excremento dos insetos.
Quando a população de insetos é muita elevada, o que ocorre, comumente, nos
períodos quentes e secos, os bulbos não se desenvolvem normalmente, as folhas se
tornam amareladas e com pontas secas e retorcidas.
A Lagarta-rosca (Agrotis ypsiíon) é a larva de uma mariposa, e assim chamada
por se enrolar quando tocada. É cor de terra, mede cerca de 3 cm de comprimento
e 0,5 cm de diâmetro, e corta as plantas rente ao colo. Denunciam sua presença
pelo aparecimento de pés caídos, pela manhã, podados junto ao chão.
Moléstias
Entre nós felizmente, poucas moléstias
atacam a cebola, citaremos as principais:
- Mela: Conhecida assim no Brasil, nos Estados Unidos como damping off, é
bastante comum nos canteiros de semeação. Seu sintoma principal é o
apodrecimento da base da planta, rente à superfície, bem como das raízes, tendo
como conseqüência o tombamento da planta, desprendendo-se do solo a parte
aérea.
Essa moléstia não é causada por um único fungo, mas por um grupo
de fungos, que se aproveitam do estado de fraqueza das plantas nascidas em
canteiros mal localizados, ou com semeação muito densa.
Não há um tratamento específico para o seu controle. Com o objetivo de
evitar, em parte, a manifestação do mal, deve-se seguir a orientação dada para a
construção dos canteiros de semeação. Convém frisar, entretanto, que local úmido
e mal ensolarado, assim como aglomeração de mudas' nos canteiros, concorre para
manifestação da mela.
Seu aparecimento se manifesta sob a forma de reboleiras, neste caso, deve-se
suspender as regas diárias, a fim de que o fungo encontre condições adversas ao
seu desenvolvimento, pois a falta de umidade interrompe sua proliferação. É
conveniente efetuar uma rega com fungicidas indicados por técnico
- Podridão branca: Manifesta-se em qualquer fase da vida da planta, ficando
os próprios bulbos, depois de colhidos, sujeitos ao seu ataque.
Como a
cultura da cebola atravessa a estação fria do ano, essa moléstia sobe de
importância, porque o fungo causador - Sclierotium cepivorum Berk encontra,
entre 18 e 24ºC, a temperatura ideal para seu desenvolvimento.
As plantas atacadas apresentam folhas amareladas e murchas, as raízes
apodrecem e se destacam do bulbo, ao ser a planta arrancada, ficando na terra a
coroa de raízes.
De início, as partes afetadas se recobrem de um bolor
branco, com aspecto de algodão, de onde surgiu o nome podridão branca. Esse
revestimento constitui o micélio do parasita, formando, depois, corpúsculos
brancos, quando novos e, mais tarde, pretos e arredondados, com um quarto a meio
milímetro de diâmetro, assemelhando-se à semente de agrião, o que justifica o
nome podridão preta, que alguns lavradores lhe dão.
Esses corpúsculos, chamados escleródios, são os órgãos de resistência do
fungo, e podem permanecer na terra por vários anos, voltando à atividade logo
que as condições do meio lhes sejam propícias.
É moléstia de difícil controle, sendo todas as recomendações de ordem
preventiva: escolha de terra não contaminada; uso de mudas livres da doença;
rotação de cultura; destruição das plantas atacadas e eliminação dos restos da
cultura.
- Queima das folhas: Muito comum nos cebolais de São Paulo, é causada por um
fungo denominado Alternaria porri.
As folhas atacadas apresentam manchas
pequenas, deprimidas, irregulares, esbranquiçadas e de centro arroxeado.
Decorridas duas a três semanas do aparecimento dos primeiros sintomas que são
manchas escuras formadas pelos esporos, aparecem sobre a lesão órgãos de
multiplicação dos fungos. As partes atacadas absorvem umidade, apodrecendo aos
poucos. As folhas murcham, tombam e se tornam secas nas pontas.
É comum, nas sementeiras, encontrarem-se mudas com as pontas das folhas
queimadas pala moléstia.
Os bulbos também podem ser atacados pelo fungo,
que lhes causa apodrecimento, a começar pelo pescoço.
As plantas
enfraquecidas sejam pelas más condições do meio, seja pelo ataque da praga
tripse, são as mais sujeitas à contaminação.
O controle dessa moléstia é efetuado por meio de pulverizações preventivas
com fungicidas, dissolvido à razão de 200 gramas por 100 litros de água ou
conforme orientação técnica.
Como é comum o aparecimento de tripse nas partes invaginantes (talos/hastes)
das folhas, convém misturar o fungicida com um dos inseticidas recomendados para
o controle dessa praga, de tal forma que obtém-se uma calda de ação dupla:
fungicida e inseticida.
O fungo ataca as flores, as folhas e, especialmente, as hastes florais,
ocasionando lesões claras que, depois, tomam uma tonalidade róseo-arroxeada. Com
as lesões, bastante graves, as hastes florais ficam enfraquecidas,
tombando.
A manifestação da moléstia, na inflorescência, se manifesta
pela morte das flores e chochamento dos frutos em formação, ocasionando o que os
gaúchos chamam de careca da cebola.
O controle é feito com pulverizações preventivas, recomendando-se a
eliminação das partas atacadas, antes da pulverização.
Obs.: O fungo Alternaria porri, muitas vezes, é confundido com o míldio -
Peronospora destructor, de características semelhantes às suas.
Convém notar que o mais importante, para o controle dessa moléstia, é o
emprego de bulbos sadios e de terra nova de meia encosta, porque as baixadas são
muito sujeito ao ataque do fungo.
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