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sábado, 26 de novembro de 2011

Como plantar Cebola



Clima

  Temperatura entre 15 e 20ºC. Mais, para o bom desenvolvimento dos bulbos precisa de dias mais a menos (15ºC); já na época da maturação, precisa de dias mais quentes (20ºC) e sem chuvas.

Solo


   Os solos arenosos/argiloso são ideais, profundos, rico em matéria orgânica, com acidez média a fraca.

Preparo do Solo


  Escolhido o terreno, passa-se a cuidar do seu preparo para receber a cultura.

  Logo que seja possível, após as chuvas de verão, já se começa a trabalhar o terreno. Tal preparo consiste em arar e gradear a terra. Trinta dias depois, nova aração e gradeação, convindo, dessa ver, aprofundar um pouco mais a lavra, pois, ao contrário do que se pensa, a cebola explora o terreno não só superficialmente, como, também, em profundidade. A maioria das raízes se localiza de 40 a 50 cm de profundidade, regular porção delas de 70 a 80 cm e, algumas, de 90 a 100 cm.


  Convém notar que as raízes não descem, de inicio, perpendicularmente, mas caminham cerca de 10 cm, paralelamente à superfície, e a 5cm de profundidade, para depois baixarem às camadas mais profundas. Por essa razão é que as capinas devem ser superficiais e cuidadosas, a fim de evitar que as raízes sejam cortadas.

  Como as raízes de cebola exploram o terreno em sua profundidade, seria de esperar que, quanto mais profundas fossem as lavras e as adubações, maior seria a produção. A experimentação, todavia, provou não ser verdadeiro tal raciocínio. Experiências levadas a efeito no IAC-SP, mostraram que, em terras profundas, não há vantagem em aprofundar as lavras, porquanto a produção não se altera. Em terras rasas, as lavras, além de certo limite, tornam-se prejudiciais, por misturar o solo com o subsolo. Assim, não são aconselháveis arações profundas,  bastando uma lavra de 15 cm, mais ou menos.

  A época de preparo do terreno tem grande influência, sobre a cultura. Não é demais insistir em recomendar que a primeira aração seja feita no término da estação das águas, isto é, em fins de fevereiro. Dessa forma, a retenção das águas já contidas no solo será maior, devido ao revolvimento da parte superior; haverá, ainda, pelo fato de a terra estar bem solta, um maior aproveitamento por infiltração, das chuvas que caírem daí em diante. Ademais, como a primeira aração é a mais penosa, nessa ocasião, devido à umidade do solo, o trabalho será facilitado.

  Entre a última aração e o transplante das mudas, deve haver, no mínimo, um intervalo de 15 dias.

  Se a transplantação se der logo depois de uma lavra mais ou menos profunda, pode-se esperar grande número de falhas, pelo fato de as mudas caírem em camada de terra com baixo teor de umidade, devido à evaporação provocada com o revolvimento da terra. Mesmo depois de vingarem, as mudas não poderão dar bons bulbos, por causa do meio impróprio que lhes foi proporcionado nos primeiros dias de vida no campo, e tornam-se raquíticas.

  Se a cultura não vai ser irrigada, é o bastante esse preparo. Quando muito, pode-se utilizar um pranchão para aplainar mais ou menos o terreno. Se vai ser irrigada por infiltração, e as linhas de plantação forem longas, o trabalho de aplainamento deve ser perfeito, para evitar o empoçamento de água.



    Adubação

  A adubação pode ser levada a efeito por dois diferentes métodos:
  - nos sulcos de plantação;
  - em sulcos laterais distanciados de 15 cm dos sulcos de plantação.
  No primeiro, os adubos são aplicados nos próprios sulcos, por ocasião do transplante das mudas, e, a seguir, bem misturados com a terra.
  No segundo, só praticável quando a plantação é inteiramente feita a arado, colocam-se os adubos nos sulcos que não levam mudas. Dos dois, o mais recomendável é aquele em que os adubos são aplicados, nos sulcos de plantação, uma vez que sejam bem misturados com a terra.


  Calculo da adubação e calagem para a cultura da cebola

  A adubação e calagem da cebola, assim como de todas as culturas, deve ser feita com base na análise do solo.

  - Calagem: Aplicar calcário, de preferência dolomítico, até alcançar valor de V=70 %. A quantidade de calcário a aplicar é dada pela fórmula:

N.C. = T(V2 - V1) x f
100

O V2 para cebola é de 70%

  Adubação mineral
 No plantio:

P resina
mg/cm3
K trocável  meq/100cm3
0 - 0,15 0,15 - 0,60 > 60 
N - P2O5 - K2O - kg/ha
00 - 15 10 - 250 - 120 10 - 250 - 100 10 - 250 - 80
15 - 40 10 - 150 - 120  10 - 150 - 100 10 - 150 - 80
> 40  10 - 100 - 120  10 - 100 - 100 10 - 100 - 80

  Cobertura: Aplicar, em duas vezes, 30 a 50 kg/ha de nitrogênio aos 30 e 45 dias após o transplante.



    Adubação orgânica

  Incorporar restos de cultura; aplicar palhas, cascas, estercos, tortas; 20 t/ha de esterco de curral bem curtido ou 5 t/ha de esterco de galinha ou 2 t/ha de torta de mamona. Os estercos e tortas devem ser aplicados 8 a 10 dias antes do plantio.


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Época de Plantação

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    A semeadura direta é feita de janeiro a abril, com espaçamento de 10cm entre plantas, após o raleamento e 40cm entre linhas, com profundidade de 1cm. Com utilização de mudas, a semeadura é feita de janeiro a maio e o transplante de 40 a 50 dias após; com utilização de bulbinhos, a semeadura é feita de julho a agosto, a colheita dos bulbinhos é feita de outubro a novembro; o plantio dos bulbinhos é feito de janeiro a março. 
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  As semeações de fevereiro (em São Paulo), época chuvosa e muito quente, são perigosas, sendo comum à perda das sementes, pelo excesso de umidade, ou a inutilização das plantinhas, logo após o nascimento, pela manifestação de moléstias.



  As plantas originárias da semeação desse mês apresentam hastes muito grossas, que não tombam com o amadurecimento do bulbo, dificultando, assim, não só a colheita como, também, a operação de restiamento. Há, ainda, duas outras desvantagens: os bulbos mostram-se recobertos por películas muito espessas, que lhes dão um mau aspecto externo, e as plantas ficam com acentuada tendência de emitir pendão floral, comprometendo o aspecto interno dos bulbos.


  A experimentação tem demonstrado que, tanto no Planalto Paulista como em regiões mais altas, a produção decresce nas semeações de abril, sendo muito reduzida em maio.

  Semeando tarde, a planta se desenvolve pouco, apresentando bulbos pequenos, além dos chamados charutos - cebolas compridas, como o alho-porro. Quanto mais tarde a cebola for semeada, mais curto será o ciclo. Com a semeação em princípios de março, a planta terá desenvolvimento normal, evitando-se o perigo das chuvas de verão, porque a colheita será nos dias da primavera.

Se a fase de máximo desenvolvimento dos bulbos coincidir com forte calor e chuvas demoradas, o prejuízo é certo, pois a planta entrará, desde logo, no segundo ciclo, emitindo folhas e raízes novas. Dessa forma, as cebolas não amadurecem porque, para tanto, são indispensáveis a morte das raízes, e o murchamento da parte aérea.
  Se forçarmos a colheita, prejudicaremos a qualidade do produto, pela falta de uma cura perfeita, com perda das características das cebolas amadurecidas em condições normais: cor brilhante e aspecto quebradiço das películas exteriores. Nesse caso, todavia, a fim de evitar danos totais, é aconselhável apressar a colheita, mesmo com a queda do valor comercial do produto, que deve ser de consumo imediato.

  Como as plantas colhidas assim possuem hastes muito grossas, o trabalho de restiamento é facilitado com o destalo: corte longitudinal das hastes, com um canivete, e retirada da parte central. Com um pau roliço, dá-se uma pancada na haste, colocada sobre um tronco de madeira: as folhas centrais se destacam com facilidade, dando bons resultados.

  São recursos de emergência, empregados por muitos cultivadores, visando evitar prejuízo maior. Colhem bulbos ainda verdes, para chegar mais cedo ao mercado, no intuito de alcançar preços mais altos para o produto.



    Canteiro de Semeação

  A escolha do local e o preparo dos canteiros de semeação são essenciais: nesse ponto, qualquer negligência aparentemente sem importância poderá concorrer para malogro do empreendimento, logo no início dos trabalhos da cultura. O canteiro de semeação precisa situar-se o mais próximo possível do local escolhido para a plantação definitiva, e não distante de fonte de água, para facilitar as irrigações. O lugar deve ser pouco íngreme, bem batido de sol e longe de árvores frondosas. Evitar as terras encharcadas, ou mesmo úmidas, para fugir à manifestação da mela, moléstia comum em canteiros mal cuidados. No seu preparo, toda precaução é pouca, visto que ele irá receber sementes pequenas e delicadas.


  O terreno escolhido será todo revirado a enxadão e destorroado à enxada, para, em seguida, serem construídos os canteiros, seguindo as linhas de nível do terreno. Se a área for grande, haverá vantagem no emprego do arado e da grade.

  Quando o terreno apresentar certa declividade, é conveniente a construção de uma valeta na parte superior da série de canteiros, no intuito de evitar as enxurradas.


  Os canteiros muito largos têm a desvantagem de obrigar o operário a demasiado esforço para atingir-lhes o centro, sem pisá-los. O ideal é 1,20 m, com a largura útil de um metro, sobrando 10 cm de cada lado, para os bordos.
  Convém que sejam pouco mais altos do que o terreno, para evitar enxurradas e facilitar o escoamento do excesso de umidade, não além de 10 cm, porém, nos terrenos comuns; caso contrário, ficaria sujeitos a ressecamento. Só é recomendável maior altura, nos terrenos úmidos ou em época chuvosa, quando convém incliná-los, ligeiramente, para evitar empoçamento de água da chuva.


  O comprimento do canteiro pode variar muito; os muito longos, contudo, dificultam a passagem de uma série para outra. Um bom comprimento é 10m. A direção deve ser sempre perpendicular ao declive do terreno.

  Os canteiros serão separados por caminhos de 50 cm de largura. A separação de duas séries de canteiros precisa ter a largura mínima de um metro, para facilitar a passagem de pessoas e de veículos pequenos.


Preparada a terra, espalham-se, por metro quadrado de canteiro e pela superfície, 15 quilos de esterco de curral fino e bem curtido, 150 gramas de superfosfato simples e 30 gramas de cloreto de potássio, incorporando-os à terra por meio de uma enxada. Com um ancinho, nivela-se perfeitamente a superfície.

  Os canteiros devem ter a superfície horizontal com o objetivo de impedir o escoamento rápido da água de chuva ou de irrigação do canteiro, irrigando-o fortemente, a seguir.


  Não semear logo depois do preparo do canteiro, a fim de dar tempo a que a terra se assente e os adubos fiquem bem incorporados a ela. Decorridos oito dias efetuam-se a semeação, quando se deve tratar as sementes com um desinfetante.

  Um método prático para realizar esse tratamento consiste em colocar um pouco de desinfetante junto com as sementes em um saco de papel, agitando fortemente e peneirando sobre um papel: o excesso de desinfetante é guardado.



    Semeação

  Semear o mais uniforme possível, em pequenos sulcos transversais ao comprimento dos canteiros, com 1 a 1,5cm de profundidade e distanciados de 10 cm. É conveniente misturar um pouco de areia às sementes, para auxiliar a semeadura. Sendo a areia clara e as sementes pretas, o operário sabe, com precisão, onde elas caem. Se for bastante prático, pode dispensar a areia.


  Cada metro quadrado de canteiro levará mais de cinco gramas de sementes, evitando-se, assim, que as mudas nasçam amontoadas e raquíticas.
  As vantagens que a semeação em linha apresenta, sobre o sistema a lanço, também recomendável, são estas: germinação mais uniforme, insolação mais perfeita e arejamento mais adequado, possibilitando, ainda, as capinas e escarificações, o que seria quase impossível no sistema a lanço. Haverá, em conseqüência, produção de mudas mais fortes, com menor perigo de manifestação de pragas e moléstias.

  Um sistema prático para a semeação consiste em colocar, sobre o canteiro de semeação, um marcador de linhas confeccionado da seguinte maneira: tomam-se três tábuas de 1,50m de comprimento, unidas por sarrafos do lado de cima, no sentido transversal ao comprimento delas. Na parte das tábuas que irá assentar sobre os canteiros, serão colocados, distantes entre si de 10 cm, sarrafinhos de seção trapezoidal, com estas dimensões: base maior (que será colocada junto às tábuas) = 2 cm; base menor (que formará o sulco de semeação em profundidade) = 0,5cm, e altura (que dará a profundidade do sulco) = 1cm. O marcador é colocado na cabeceira de um dos canteiros e calcado com o peso de um homem. Para facilitar-lhe o manejo, pode-se colocar, em sua parte superior, duas alças, uma de cada lado no sentido do comprimento das tábuas.

  Ficarão, portanto, demarcadas, quinze linhas para semeação, distantes entre si de 10 cm. A seguir, o marcador é mudado para frente, e outras linhas ficarão demarcadas. Assim, a operação de marcação das linhas torna-se simples, perfeita e rápida.

  As sementes são, então, cobertas, com terra do próprio canteiro, e a superfície deste, com uma leve camada de capim seco sem sementes ou palha de arroz.

  Irrigar, de manhã e à tarde, até alguns dias após a germinação, e, daí em diante, só à tarde.


Retirar a cobertura, de uma só vez, a qualquer hora, se o dia estiver nublado, ou à tarde, se houver sol, logo que a germinação tenha início, o que se dará entre 5 e 7 dias após a semeação.

  Não abusar das irrigações nas vésperas da transplantação, convindo mesmo suspendê-la dias antes, para que as plantinhas se acostumem à vida que terão no campo. Entretanto, deve-se irrigar copiosamente, pouco antes do arrancamento das mudas, visando facilitá-lo.

  Se, por quaisquer circunstâncias, as mudas não apresentarem um aspecto muito satisfatório, haverá vantagem no emprego de uma solução nutritiva, que poderá ser obtida com a dissolução de um grama de Salitre do Chile e um grama de Superfosfato, por litro de água. Irrigam-se os canteiros com cinco litros por metro quadrado dessa solução, e, em seguida, com água, a fim de lavar bem as folhas.
  Um grama de sementes de cebola possui cerca de trezentas sementes. Para plantar um hectare, são necessários 900g de sementes, com 80% de germinação. Não será demais, no entanto, o emprego de um quilo de sementes por hectare, a fim de possibilitar boa seleção das mudas, por ocasião do transplante.
  Em condições normais, elas estarão prontas para serem transplantadas de 40 até 80 dias depois da semeação. Antes dos 40 dias, terão hastes muito finas, não suportando a transplantação. Depois dos 80, já um tanto engrossado, em início de formação de bulbos, sofrerá maior choque com o transplante, o que acarretará queda de produção por área.

  As mudas de 40 dias somente poderão ser empregadas nas pequenas culturas, onde os cuidados dispensados às plantas podem ser maiores, pois com essa idade, as hastes são muito finas, não passando em geral, de 3mm, sendo, também, reduzido o número de raízes, que não vão além de dez.
  Dos 50 aos 80 dias, as mudas poderão ser utilizadas nas culturas extensivas, pelo fato de serem mais fortes e mais desenvolvidas, facilitando o manuseio.

  A idade das mudas, dentro dos limites citados, não tem grande influência na produção. À medida que vão sendo plantadas com mais idades, as colheitas vão se tornando mais tardias, o que tem grande importância econômica - as cebolas enviadas mais cedo ao mercado alcançam sempre preços melhores.
  É fácil compreender que nem todas as mudas da mesma idade apresentam hastes com diâmetro igual. São consideradas mudas de primeira as de hastes com diâmetro superior a 5mm; de segunda, entre 4 e 5mm; e, de terceira, entre 3 e 4mm. São tidas como refugo aquelas cujas hastes apresenta menor diâmetro.

  Por ocasião do plantio, não se devem cortar as pontas das folhas e nem as raízes, deixando-as, como é costume, com 3 a 5 cm, apenas.

  Tal operação, além do consumo de mão-de-obra, prejudica a produção.
  As mudas arrancadas dos canteiros não oferecem dificuldades de plantio, mesmo com raízes não cortadas.



    Transplantação

  A passagem das mudas de cebola, dos canteiros de semeação para o lugar definitivo, constitui ponto de suma importância na sua cultura.

  O lavrador não deve ter pressa na transplantação das mudas, porém esperar, calmamente, uma boa chuva, já que a operação deve ser efetuada com terra úmida, no intuito de evitar falhas. Como se disse, a experimentação tem demonstrado que a produção de bulbos mantém-se praticamente a mesma, quando são empregadas mudas de 50 até 80 dias de idade. De modo geral, entre cinqüenta e sessenta dias, elas atingem o melhor tamanho para transplante.
  Os canteiros de semeadura devem ser copiosamente irrigados por ocasião do arrancamento das mudas, o que muito facilitará o trabalho.

  São três os métodos na transplantação das mudas:
    - sulcos abertos e cobertos à enxada;
    - sulcos abertos com sulcador e cobertos à enxada;
    - sulcos abertos e cobertos com sulcador.

  Em qualquer dos casos, os sulcos não devem ter mais de 6 cm de profundidade, para que as mudas não fiquem muito enterradas.

  No primeiro método, um operário vai abrindo o sulco, enquanto outro vai colocando as mudas, em distância e posição certas, o que se consegue com  algumas horas de prática. Ao mesmo tempo em que um operário abre um sulco, outro vai atirando terra no sulco aberto ao lado, já com as mudas.
  No sistema misto, um operário abre os sulcos com o sulcador, outros distribuem as mudas nos sulcos abertos, as quais são enterradas por outra turma, à enxada. Convém, que o sulcador não se distancie muito dos plantadores, para a terra não secar. É esse o método mais usado entre nós. Em geral, 8 homens plantam um alqueire de linhas durante o dia, necessitando, cada homem, de dois distribuidores de mudas.

  No último sistema, tanto o trabalho de abertura dos sulcos como o de cobertura das mudas colocadas no seu interior, são feitos com o emprego de sulcador. Para tanto, o sulcador abre um sulco onde são dispostas as mudas; na volta, o sulcador atira terra nos sulcos, já com as mudas. O novo sulco aberto não é usado. Efetua-se novo sulcamento, cobrindo-se ao mesmo tempo o anterior, não utilizado; nova distribuição de mudas no último sulco, e assim sucessivamente.

  Como é fácil compreender, as mudas não ficam em posição vertical, como se verifica ao serem plantadas à mão, e sim inclinadas, porém, dentro de poucos dias, erguem-se.



    Espaçamento

  Em geral, é de 40cm a distância das linhas de plantação, quando as capinas e escarificações são feitas à enxada. Essa distância é elevada para 50cm quando os tratos culturais são efetuados com o uso do Planet.

  Quanto ao espaçamento dentro da linha, pode variar de 10 a 30 cm. Experiências têm mostrado que a produção para uma mesma área aumenta com a diminuição de espaçamento. Por outro lado, o tamanho do bulbo também é atingido, de forma marcante, pela distância de plantação: menor distância, bulbo menor.
  Além de as plantações demasiadamente apertadas darem origem a bulbos reduzidos, de baixo valor comercial, ainda apresentam a desvantagem de dificultar a capina entre as plantas e facilitar a disseminação do fungo causador da moléstia conhecida por queima das folhas, que se caracteriza pelo secamento das extremidades das folhas das plantas. Com um espaçamento médio de 15 a 20cm, a produção será satisfatória e, os bulbos, de bom tamanho, alcançam preço compensador no mercado.


    Multiplicação por bulbinhos

  Em São Paulo, já é comum o aparecimento, em maio, junho e julho, de réstias de cebola recém-colhida, embora a época normal da colheita seja setembro-outubro. São bulbos resultantes da plantação de bulbinhos colhidos no ano anterior.

  O interesse dos lavradores por esse método de plantio de cebola vem aumentado de ano para ano, concorrendo, conseqüentemente, para diminuir a necessidade de o mercado paulista importar bulbos, no período de entressafra de outras regiões.
  Dentre as variedades que se prestam para a formação de bulbinhos, destacam-se Baia Bojuda e Periforme. Entretanto, algumas linhagens dessas variedades produzem bulbinhos que, na formação dos bulbos, dão grande porcentagem de charutos, produtos sem valor comercial.
Para conseguir bulbos fora de época, é necessário cuidar primeiramente da obtenção de bulbinhos.
  Tal semeação é realizada em canteiros comuns, de 1,20 m de largura, convenientemente adubados e em sulcos transversais distanciados de 15 cm.
  Dependendo do poder germinativo das sementes, usa-se de 0,3 a 0,6 grama por metro de sulco. Existem máquinas manuais que, bem reguladas, efetuam o serviço de semeação com rapidez e segurança. No caso de empregá-las, o sulco de semeação será no sentido do comprimento do canteiro.
  A melhor época de semeação é a que vai de princípios de junho a meados de julho, com a colheita dos bulbinhos em outubro-novembro, quando as chuvas, menos freqüentes, permitem sua cura perfeita. Uma vez colhidos e submetidos cura ao sol, mas protegidos pelas folhas e depois em galpões arejados, armazenam-se em depósitos bem ventilados até a época do plantio.
  Para o armazenamento, colocam-se os bulbinhos em estrados ou tabuleiros, que são empilhados uns sobre os outros. A camada de bulbinhos em cada tabuleiro não deve exceder de 6 a 8 cm, para obter maior aeração e evitar o seu apodrecimento.
  Bulbinhos com diâmetro transversal entre 15 e 25mm são os melhores; entretanto, podem-se empregá-los com menor diâmetro, pois estes apodrecem menos no período de armazenamento, porém, apresentam mais falhas no campo de plantação e dão origem a bulbos de tamanho um tanto reduzido. Os de maior diâmetro, ou seja, acima de 35 mm, são comerciáveis, têm peso mais elevado, pelo que não se recomenda seu plantio, e apresentam o inconveniente de originar bulbos perfilhados e defeituosos.
  Os bulbinhos que forem apodrecendo durante o armazenamento deverão ser eliminados. Na véspera da plantação, corta-se a haste rente ao bulbinho.
  A distância de plantio é igual à adotada rio sistema de mudas originárias de sementes: 40x15 cm, e os tratos culturais também são os mesmos, subindo de importância, porém, nesse caso, as irrigações periódicas.
  A melhor época de plantação de bulbinhos coincide com aquela recomendada na semeação de cebola para cultura normal: fins de fevereiro e meados de março. O ciclo será muito curto, as plantas terão bom tombamento e o produto obtido, boa apresentação.
  Para ser plantado, não é necessário que o bulbinho esteja com início de brotação. O plantio de março será colhido em junho, quando o produto alcança ótimo preço no mercado. Além de produzirem bulbos, os bulbinhos também se prestam para conserva

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    Pragas e Moléstias
  

  Pragas

  As pragas mais importantes são  a tripse e a lagarta-rosca, a primeira é um inseto muito pequeno, de 1 mm de comprimento, corpo delgado e longo, de cor amarelo-pardo, muito ágil, conhecido pelo tripse - Thrips tabaci Liderman. Vive nas partes invaginastes da base das folhas e se alimenta da seiva e dos grãos de clorofila.

  As plantas atacadas apresentam, nas folhas, manchas acinzentadas que tomam, mais tarde, uma tonalidade prateada. Um exame dessas manchas revela a destruição dos tecidos externos. É comum, também, o aparecimento, na superfície das folhas, de pontos negros, produzidos pelo excremento dos insetos.
Quando a população de insetos é muita elevada, o que ocorre, comumente, nos períodos quentes e secos, os bulbos não se desenvolvem normalmente, as folhas se tornam amareladas e com pontas secas e retorcidas.
  A Lagarta-rosca (Agrotis ypsiíon) é a larva de uma mariposa, e assim chamada por se enrolar quando tocada. É cor de terra, mede cerca de 3 cm de comprimento e 0,5 cm de diâmetro, e corta as plantas rente ao colo. Denunciam sua presença pelo aparecimento de pés caídos, pela manhã, podados junto ao chão.


  Moléstias

  Entre nós felizmente, poucas moléstias atacam a cebola, citaremos as principais:


  - Mela: Conhecida assim no Brasil, nos Estados Unidos como  damping off, é bastante comum nos canteiros de semeação. Seu sintoma principal é o apodrecimento da base da planta, rente à superfície, bem como das raízes, tendo como conseqüência o tombamento da planta, desprendendo-se do solo a parte aérea.

  Essa moléstia não é causada por um único fungo, mas por um grupo de fungos, que se aproveitam do estado de fraqueza das plantas nascidas em canteiros mal localizados, ou com semeação muito densa.

  Não há um tratamento específico para o seu controle. Com o objetivo de evitar, em parte, a manifestação do mal, deve-se seguir a orientação dada para a construção dos canteiros de semeação. Convém frisar, entretanto, que local úmido e mal ensolarado, assim como aglomeração de mudas' nos canteiros, concorre para manifestação da mela.
  Seu aparecimento se manifesta sob a forma de reboleiras, neste caso, deve-se suspender as regas diárias, a fim de que o fungo encontre condições adversas ao seu desenvolvimento, pois a falta de umidade interrompe sua proliferação. É conveniente efetuar uma rega com fungicidas indicados por técnico

  - Podridão branca:  Manifesta-se em qualquer fase da vida da planta, ficando os próprios bulbos, depois de colhidos, sujeitos ao seu ataque. 

  Como a cultura da cebola atravessa a estação fria do ano, essa moléstia sobe de importância, porque o fungo causador - Sclierotium cepivorum Berk encontra, entre 18 e 24ºC, a temperatura ideal para seu desenvolvimento.


  As plantas atacadas apresentam folhas amareladas e murchas, as raízes apodrecem e se destacam do bulbo, ao ser a planta arrancada, ficando na terra a coroa de raízes.

  De início, as partes afetadas se recobrem de um bolor branco, com aspecto de algodão, de onde surgiu o nome podridão branca. Esse revestimento constitui o micélio do parasita, formando, depois, corpúsculos brancos, quando novos e, mais tarde, pretos e arredondados, com um quarto a meio milímetro de diâmetro, assemelhando-se à semente de agrião, o que justifica o nome podridão preta, que alguns lavradores lhe dão.

  Esses corpúsculos, chamados escleródios, são os órgãos de resistência do fungo, e podem permanecer na terra por vários anos, voltando à atividade logo que as condições do meio lhes sejam propícias.
  É moléstia de difícil controle, sendo todas as recomendações de ordem preventiva: escolha de terra não contaminada; uso de mudas livres da doença; rotação de cultura; destruição das plantas atacadas e eliminação dos restos da cultura.

  - Queima das folhas: Muito comum nos cebolais de São Paulo, é causada por um fungo denominado Alternaria porri.

  As folhas atacadas apresentam manchas pequenas, deprimidas, irregulares, esbranquiçadas e de centro arroxeado.

  Decorridas duas a três semanas do aparecimento dos primeiros sintomas que são manchas escuras formadas pelos esporos, aparecem sobre a lesão órgãos de multiplicação dos fungos. As partes atacadas absorvem umidade, apodrecendo aos poucos. As folhas murcham, tombam e se tornam secas nas pontas.

  É comum, nas sementeiras, encontrarem-se mudas com as pontas das folhas queimadas pala moléstia.

  Os bulbos também podem ser atacados pelo fungo, que lhes causa apodrecimento, a começar pelo pescoço.

  As plantas enfraquecidas sejam pelas más condições do meio, seja pelo ataque da praga tripse, são as mais sujeitas à contaminação.

  O controle dessa moléstia é efetuado por meio de pulverizações preventivas com fungicidas, dissolvido à razão de 200 gramas por 100 litros de água ou conforme orientação técnica.
  Como é comum o aparecimento de tripse nas partes invaginantes (talos/hastes) das folhas, convém misturar o fungicida com um dos inseticidas recomendados para o controle dessa praga, de tal forma que  obtém-se uma calda de ação dupla: fungicida e inseticida.

  O fungo ataca as flores, as folhas e, especialmente, as hastes florais, ocasionando lesões claras que, depois, tomam uma tonalidade róseo-arroxeada. Com as lesões, bastante graves, as hastes florais ficam enfraquecidas, tombando.

  A manifestação da moléstia, na inflorescência, se manifesta pela morte das flores e chochamento dos frutos em formação, ocasionando o que os gaúchos chamam de careca da cebola.

  O controle é feito com pulverizações preventivas, recomendando-se a eliminação das partas atacadas, antes da pulverização.
  Obs.: O fungo Alternaria porri, muitas vezes, é confundido com o míldio - Peronospora destructor, de características semelhantes às suas.
  Convém notar que o mais importante, para o controle dessa moléstia, é o emprego de bulbos sadios e de terra nova de meia encosta, porque as baixadas são muito sujeito ao ataque do fungo.




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